Educação Ambiental no Programa Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia (PEHEG) no município de Florianópolis (SC).
Sociedade Civil Organizada
15/08/2014Sobre o Projeto
Descrição
A implementação do Projeto Educando com a Horta Escolar e Gastronomia (PEHEG) em Florianópolis contou com a assessoria do Cepagro, no intuito de promover a prática de agricultura agroecológica e a promoção de uma alimentação saudável para os alunos da rede municipal de ensino, tendo como princípio fundamental a reciclagem dos resíduos sólidos orgânicos através da compostagem. De abril a dezembro de 2013 realizamos os trabalhos em 83 Unidades Escolares (UEs), entre Nucleos Educacionais Infantis (NEIs), Creches, Escolas e Educação de Jovens e Adultos (EJAs). Uma equipe multidisciplinar realizou o acompanhamento às UEs. As atividades desenvolvidas pela equipe técnica do grupo de Hortas escolares do CEPAGRO se dividem em três eixos de atuação (Lixo e Compostagem, Horta Agroecológica, Alimentação Saudável e Gastronomia). Cada eixo de atuação considera a sensibilização e práticas que norteiam tanto a educação ambiental como reciclagem dos resíduos sólidos.
O que motivou a iniciativa
Promover a Agroecologia e a Educação ambiental nas Unidades Escolares, bem como a comunidade do entorno das escolas, em busca de uma melhor qualidade de vida para crianças, jovens e adultos. Apresentar à comunidade escolar um universo de descobertas, ligado à Agroecologia e vivenciado através das atividades lúdicas e concretas, onde a educação ambiental é praticada.
Principais resultados
Ao todo, no final de 2013, foram 83 unidades escolares participantes, com mais de 9.500 alunos envolvidos diretamente nas atividades com os técnicos e mais de 17.000 alunos envolvidos indiretamente. Foram 1.500 professores e funcionários envolvidos diretamente com os técnicos da organização. Em 70% das UEs havia composteiras instaladas e funcionando corretamente, e 57% destas viabilizavam os materiais necessários para a prática, com uma estimativa de 6.000 litros de volume de resíduos sólidos orgânicos semanalmente compostados. Em 62% das UE havia envolvimento da comunidade no projeto. Foram realizadas diversas oficinas, dentre elas: oficina de compostagem, de canteiros agroecológicos e canteiros alternativos. A participação em ações que permeiam a Unidade Escolar, tais como Festas e eventos envolvendo a comunidade nas UEs (Festa da família, da diversidade, Semana ecológica, Mostra Cultural, Conferência do Meio Ambiente, entre outras), Reuniões pedagógicas, Formações junto da Secretaria Municipal de Educação e Passeios pedagógicos também figuram entre os resultados. Foram várias as unidades que conseguiram atuar de forma excepcional no PEHEG, com uma série de desdobramentos positivos implementadoss. Tal realidade foi propiciada, entre outros fatores, pelo envolvimento dos técnicos do Cepagro que se responsabilizaram por articular o PEHEG nas unidades e devido à uma consciência diferenciada já presente nos profissionais destas unidades. A equipe técnica planejou e desenvolveu oficinas, dinâmicas, aulas expositivo-dialogadas, histórias, vídeos, músicas, trabalhos de grupo, oficinas de culinária, arte e alimentação saudável, produção de materiais e até mesmo utilização de ferramentas multimídias como blogs foram criados. O projeto sobretudo foi capaz de gerar uma série de repercussões positivas nas unidades educativas, repassando conhecimentos, valores e atitudes fundamentais para promover a saúde individual, coletiva e ambiental nas unidades educativas. Tais objetivos foram estimulados através de diversas atividades pedagógicas que a parceria com o CEPAGRO proporciona, tais como o cultivo de alimentos orgânicos, o trabalho coletivo na horta, a compostagem dos resíduos gerados nas unidades, a alimentação saudável e conhecimentos sobre ecologia e respeito aos seres vivos, entre muitas outras ações. No primeiro semestre do ano as atividades se concentraram nos eixos de reciclagem e hortas, ficando para o segundo semestre (momento em que a maior parte das hortas estão produzindo) as atividades relacionadas à alimentação saudável e gastronomia. Por fim, concluímos que este projeto insere dentro das escolas uma continuidade de ações que se relacionam com a prática da Educação Ambiental e a gestão de resíduos sólidos.
Desafios Enfretados
Cabe destacar que a grande abrangência do PEHEG, com 83 unidades atendidas, refletiu numa grande heterogeneidade de realidades do projeto nas unidades educativas, que se compõe desde unidades extremamente motivadas e engajadas no PEHEG, até algumas que parecem valorizar pouco o projeto, mesmo com uma série de esforços, como planejamentos e formações com a equipe escolar. Apesar de todo o saldo positivo conquistado em 2013, o PEHEG neste ano, no trabalho direto nas unidades enfrentou dificuldades ocasionadas principalmente pela viabilização de apenas duas visitas mensais dos técnicos às unidades. O tempo disponível foi curto para desenvolver um trabalho que objetiva envolver toda a comunidade escolar, trabalhando pedagogicamente desde alunos até pais, professores, coordenação, funcionários da cozinha, limpeza e outros atores, cada um com suas especificidades e pedagogia própria. Outra dificuldade do PEHEG em 2013 foi lidar com algumas unidades educativas, que mesmo com uma série de esforços, mantiveram a equipe escolar pouco motivada em participar do projeto, no que se traduz sobretudo no desinteresse da unidade em dar continuidade às atividades da horta escolar em horários além da presença do técnico ou não disponibilizar frequentemente materiais necessários para as atividades do projeto.
Lições aprendidas
A compostagem, realizada através de sensibilização, se tornou um grande aliado ao aprendizado de crianças, jovens e adultos, que percebiam a importância da separação dos resíduos sólidos na fonte. O trabalho deve conter envolvimento da Unidade Escolar inteira para que haja bons resultados frente as atividades propostas pelo PEHEG. Quando isto não ocorria perante ao corpo discente e docente ou funcionário de outros setores, as atividades acabavam por ficar pontuais e sem coesão com o currículo. Recomendações: aumentar o número de visitas mensais dos técnicos às unidades, dando mais força à formação da equipe escolar e ampliando o envolvimento de mais profissionais envolvidos com o PEHEG nas unidades.
